Evento de Mídia Nerd, que reúne fãs e escritores acontecerá em outubro
CULTURA
O Livros em Pauta acontece dia 14 de outubro, na Associação
Beneficente Provincianos Osaka Naniwa Kai, em São Paulo.
Por Laryssa Cristiny Moraes
05 de junho de 2017
No dia 14 de outubro de 2017 será
realizado um evento que une todas as possibilidades de mídias Nerd. O Livros em
Pauta é promovido todo ano, desde 2012, pela Editora Andross, sob o comando do
escritor Edson Rossatto. A ocasião contempla palestras, debates, lançamentos de
livros e seções de autógrafos. Esse ano será das 10h às 20h00 na Associação
Beneficente Provincianos Osaka Naniwa Kai, em São Paulo.
Segundo Edson, o evento ganhou um novo
formato, mais parecido com uma Comic Com, onde haverá um palco, e, em um grande
salão, mesas expositoras com livros e produtos dos escritores. Nessa edição
também acontece um show com as músicas tocadas nos anos anteriores do evento,
um “Quiz Nerd” que premiará os participantes de acordo com seus conhecimentos e
diversos bate-papos.
O escritor Daniel Constantini comemora a
mudança: “A gente que escrevia não podia participar de algumas palestras porque
tínhamos uma hora e meia de reunião com o Edson, antes do lançamento das
antologias. O que acontecia é que os escritores reclamavam muito que tinham
palestras legais que eles não podiam participar. Então o Edson pensou em um
formato diferente pra que todo mundo interaja”, comentou.
Apesar das
mudanças, a verdadeira grande novidade desse ano é a presença do desenhista Sam
Hart, criador da HQ “The coldest city”, adaptado para o cinema de
Hollywood no filme Atômica, com os atores Charlize Theron, James McAvoy e John
Goodman. “Será muito interessante a gente conversar com o autor, saber como
funcionaram as negociações para que o filme acontecesse a partir da obra dele.
As expectativas são as melhores possíveis”, confirmou o escritor Edson
Rossatto.
No
encerramento do evento serão divulgados os vencedores do prêmio Strix, um
incentivo aos escritores das coletâneas de contos e poesias publicados pela
Editora Andross. Antes do evento acontecem votações entre organizadores e
escritores e são indicados os que concorrerão ao prêmio, um troféu em forma de
coruja e um livro publicado com os melhores textos de cada categoria.
Livros em Pauta em 2016.
Foto: Divulgação
Coruja do Prêmio Strix 2016
“Ele é um mercado cruel, é um mercado muito cruel”, afirma escritor
sobre o Mercado Editorial brasileiro
Com as novas
tecnologias e as redes sociais tomando conta do tempo da população está cada
vez mais difícil seguir a carreira literária, ainda mais no Brasil, um país em
crise financeira, onde o Mercado Editorial quase sempre fecha o ano em
vermelho. Em 2016, segundo o FIPE, Instituto de Pesquisas Econômicas, a queda
foi de 5,2% no percentual de vendas.
Segundo o escritor Breno Vieira, as
editoras estão cobrando caro pelas publicações e preferem escritores
internacionais, já publicados ou que têm um público certo, como os Youtubers.
“Não se consegue publicar um livro solo hoje sem ter que desembolsar no mínimo
uns dois mil reais. E as poucas editoras que fazem livros por um preço mais em
conta acabam sendo editoras fracas, que o autor acaba por manchar sua obra com
erros de diagramação ou mesmo de gráfica”, explica.
Para Daniel Constantini,
organizador de coletâneas, o autor que decide por esse caminho já deve ter em
mente a dificuldade que vai enfrentar. Uma dificuldade que vai além da
inspiração e do esforço em escrever uma grande obra. “Você precisa de
estratégias pra que seu livro venda num mar de tubarões em um país hoje onde a
literatura internacional é muito mais forte e poderosa do que a nacional”,
aconselha o escritor.
Foto: Divulgação
Capa
do Livro Baladas Medievais,
organizado
pelo escritor Daniel Constantini
Lidar
com legado intelectual: como funciona o trabalho de um organizador?
Os processos de triagem, organização, edição e revisão em
uma editora são essenciais para boas publicações. Organizar uma coletânea de
contos inclui ler e avaliar todos os textos submetidos à editora, decidir quais
estão bons o suficiente para preencher o livro e conversar com o autor sobre
possíveis mudanças que melhorem o enredo da obra.
Daniel Constantini, explica como é trabalhar nessa função
pela primeira vez. “Essa experiência é sensacional, porque a gente vê o
potencial das pessoas, você vê o medo inicial, que acaba fazendo com que elas
falhem, mas depois que você conversa e deixa o escritor mais à vontade, ele
traz uma coisa muito superior àquilo que mandou inicialmente”, explica o
escritor que organiza a coletânea Baladas Medievais.
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